Em 14 de novembro, acontece o Dia Mundial do Diabetes, doença considerada uma das grandes vilãs na saúde pública. Conforme dados apurados pela International Diabetes Federation (IDF), há no mundo 537 milhões de pessoas, atualmente, vivendo com diabetes, mantendo crescente projeção, para os próximos anos. A campanha da IDF do triênio 2021-2023, reforça uma questão importante, com o tema: acesso aos cuidados com o diabetes – Se não agora, quando?
Esse debate mundial chega de forma oportuna, igualmente, no ano que acontece o centenário da descoberta da insulina pelos pesquisadores Frederick Banting e Charles Best. Mudando os rumos da história, pois até hoje, vem salvando milhões de vidas.
Insulina e a conscientização
A insulina é um hormônio anabólico, com uma função essencial ao organismo humano que, usada no tratamento do Diabetes, tem a capacidade de controlar o nível de glicose no sangue. A incapacidade do pâncreas de produzir hormônio, ou dele não agir adequadamente, pode causar o diabetes. Por isso, a campanha tem também o propósito de conscientização sobre a doença e alerta de utilidade pública. Muitas pessoas não têm acesso às informações e aos cuidados necessários, sendo fundamental um apoio contínuo para o bom controle e adesão ao tratamento. Insulina, medicamento, tecnologia e o suporte de uma equipe de saúde devem ser disponibilizados a todos, com a urgente necessidade de os governos aumentarem os investimentos na educação sobre o assunto.
O papel do ICD na Sociedade Gaúcha
Em Porto Alegre (RS), o Instituto da Criança com Diabetes (ICD), realiza, há 23 anos, desde o lançamento do projeto, em 1998, junto à comunidade gaúcha, inúmeras ações de captação de recursos para a construção deste centro pioneiro no País. Em janeiro de 2004, abriu as portas para o atendimento através uma equipe interdisciplinar formada por médico endocrinologista, psiquiatra, nefrologista, oftalmologista, vascular, enfermeira, nutricionista, dentista, assistente social e educador físico, além de equipe gestora focada na captação para a sustentabilidade do ICD.
Mais que assistência, o trabalho do Instituto da Criança com Diabetes oportuniza qualidade de vida e autoconhecimento, criando e estimulando um bom convívio com a doença, a mais de 4,3 mil crianças e jovens e suas famílias. E neste contexto vale ressaltar, mais uma vez, o papel e o desempenho que profissionais da enfermagem têm demonstrado às pessoas com diabetes, alicerçando um importante pilar e trazendo práticas sobre aplicação de insulina, atuação em casos de hipoglicemias, hiperglicemias, armazenamento do medicamento, entre tantos outros.
Tecnologias e saúde
Com o olhar sempre voltado ao que há de mais moderno para melhor qualidade de vida de seus pacientes, o ICD vem investindo também em tecnologia e modernização, na evolução dos tratamentos oferecidos. Entre os destaques, aplicativos que possibilitam acompanhamento e alertas de forma mais prática e confortável. E os medidores de glicose, que não precisam furar o dedo. O Sistema de Infusão Contínua de Insulina, ou popularmente conhecido como ‘bomba de insulina’ é outro aparelho, que oferece tecnologia de ponta sendo capaz de oferecer a infusão contínua do hormônio ao usuário. Pensando na estrutura, o equipamento pesa em torno de 100 gramas e está conectado em um fio, cuja extremidade apresenta um cateter. É por meio dessa estrutura, que a insulina é injetada.
Todo e qualquer tratamento exige sempre acompanhamento médico ou da equipe de saúde. A compreensão dos pacientes e da família é fundamental. “O controle e o diagnóstico do diabetes devem ser discutidos o ano inteiro, especialmente, entre as crianças e adolescentes. E os enfermeiros, grandes homenageados desde a campanha de 2020, fazem um trabalho importantíssimo. A nossa luta aqui no Instituto da Criança com Diabetes, é sempre de ampliar o alerta à população, dos riscos dessa doença”, adianta Dr. Balduíno Tschiedel, presidente do ICD (foto em destaque de pauta)
Vale destacar que quando não tratada, de forma adequada, o diabetes pode resultar em comorbidades graves, como doenças renais e cardiovasculares, o que aumenta o impacto para o sistema da saúde pública e, principalmente, para quem tem diabetes.
Principais sintomas do diabetes, uma doença silenciosa
Fome frequente; Sede constante; Vontade de urinar diversas vezes; Formigamentos nos pés e nas mãos; Infecções frequentes de bexiga, rins, infecções de pele; Feridas que demoram muito para cicatrizar; Visão embaçada.
Conheça os mecanismos de prevenção:
Controle e plano alimentar balanceado; Controle de peso; Manutenção de atividades físicas; Evitar consumo de álcool, tabaco, alimentos gordurosos; Fazer exames laboratoriais e diagnósticos de rotina.